O governo Lula mal consegue manter o presente em ordem, mas já admite oficialmente o que todo brasileiro sente no bolso: não haverá dinheiro suficiente para cumprir os pisos constitucionais de saúde e educação em 2027. Isso mesmo — o orçamento já nasce quebrado, e a conta, como sempre, vai para o contribuinte.
A matemática mágica de Haddad: promessa hoje, rombo amanhã
Segundo o Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) de 2026, apresentado esta semana, a equipe econômica liderada por Fernando Haddad já reconhece que faltarão R$ 10,9 bilhões para cumprir o que a Constituição exige em saúde e educação.
O motivo? O novo arcabouço fiscal, vendido como “salvação” por Haddad em 2023, se chocou com a realidade dos gastos obrigatórios. Resultado: falta espaço fiscal, sobra promessa de campanha.
Enquanto isso, mais da metade do que seria “livre” no orçamento de 2027 já está reservado para emendas parlamentares — o famoso toma-lá-dá-cá de Brasília, que nunca atrasa.
Arcabouço fiscal: o castelo de cartas de Haddad
O arcabouço limita o crescimento das despesas públicas entre 0,6% e 2,5% acima da inflação por ano. Parece bonito no papel. Na prática, é incompatível com a vinculação constitucional de receitas para saúde e educação, que crescem junto com a arrecadação.
Ou seja: Haddad criou regras que ele mesmo não consegue cumprir. E agora tenta preparar o terreno para mudar as regras novamente, claro, sem jamais admitir o erro original.
2028 e 2029: a bomba relógio já está armada
Se 2027 já é um desastre anunciado, 2028 e 2029 prometem ser ainda piores: a insuficiência fiscal projetada dispara para R$ 87 bilhões e depois para impressionantes R$ 154 bilhões.
Entre precatórios, pisos constitucionais e a paralisia para cortar desperdícios, o governo Lula deixará para o sucessor uma herança que nem o mais otimista dos contadores conseguirá maquiar.
Conclusão: o governo que gastou tudo agora quer culpar as regras
O diagnóstico é claro: o governo Lula e seu ministro da Fazenda não foram vítimas das circunstâncias. Foram autores da lambança.
A solução? Segundo o próprio PLDO, a ideia é buscar “incremento de receitas” — um elegante eufemismo para novos impostos — e rever os gastos para saúde e a educação.
No Brasil, a regra é simples: o erro é do governo, mas a conta é sempre do cidadão.