A crise interna no IBGE tende a se agravar ainda mais esta semana, destacando o conflito entre o presidente do órgão, Marcio Pochmann, e os servidores representados pelo sindicato, além de quadros técnicos de liderança. O ponto alto dessa tensão será a divulgação de uma carta aberta assinada por 134 servidores, sendo 125 deles gerentes, substitutos ou coordenadores, além de dois ex-diretores. Este grupo, que ocupa posições estratégicas dentro da instituição, lidera o movimento de repúdio à gestão de Pochmann, acusando-o de práticas que comprometem o funcionamento interno.
Nas últimas semanas, o descontentamento ficou evidente com a renúncia de dois diretores e a iminência de outros dois seguirem o mesmo caminho ainda em janeiro. A carta aberta reforça o apoio dos servidores aos ex-diretores que pediram exoneração, acusando o presidente do IBGE de agir de forma autoritária e desrespeitosa com o corpo técnico. Eles também criticam a divulgação recente de um comunicado público que, segundo os servidores, atacou injustamente a integridade ética dos funcionários e do sindicato que os representa.
Um dos principais motivos de insatisfação é a decisão de criar a Fundação IBGE+, vista por muitos dentro do órgão como uma entidade paralela que pode enfraquecer o protagonismo do IBGE nas pesquisas nacionais. Além disso, decisões importantes, como o fim do trabalho remoto e a transferência da sede do IBGE do Centro para a Zona Sul do Rio de Janeiro, foram tomadas sem discussão interna, ampliando o sentimento de exclusão e desrespeito.
Na carta, os servidores criticam duramente o que classificam como um viés autoritário, político e midiático na gestão de Marcio Pochmann. Segundo eles, a criação da Fundação IBGE+ é uma tentativa de atender demandas financeiras de forma que põe em risco a missão institucional do IBGE e seus princípios orientadores. Para os signatários, essa postura ameaça seriamente a continuidade do trabalho técnico de qualidade que caracteriza o instituto.