Perdido. Essa talvez seja a melhor palavra para descrever a entrevista ao vivo concedida por Haddad à CNN nesta terça-feira.
Em um momento marcado pelos temores fiscais, Haddad não poderia estar mais desconectado do senso de urgência relacionado à necessidade de recuperar a credibilidade do governo.
De fato, Haddad demonstrou mais energia para debater temas relacionados à regulamentação de redes sociais do que propriamente questões fiscais.
Repetindo diversos clichês questionáveis, como a herança fiscal dos últimos governos, o ministro conseguiu transformar, com maestria, uma oportunidade de demonstrar segurança em uma amostra pública de despreparo.
A constante esquiva de Haddad em abordar a pauta fiscal e reconhecer a gravidade da situação levou a equipe de jornalistas, especialmente Thaís Herédia, a buscarem abordagens mais incisivas durante a conversa.
Em diversos momentos, os questionamentos da equipe transformaram-se em situações desconfortáveis para o ministro, que só conseguiu contorná-las com mais esquivas que frequentemente remetiam ao passado.
Haddad recusou-se, por diversas vezes, a reconhecer a necessidade de novas medidas para reforçar o arcabouço fiscal ou a especificar possíveis caminhos.
Em síntese, a entrevista reforçou uma desconfiança já predominante no mercado.