O fundador do Telegram, Pavel Durov, está detido na França desde sábado, quando foi preso no Aeroporto Bourget, em Paris. O período de “interrogatório” (ainda sem acusações formais) foi estendido por vários dias.
No entanto, relatos recentes indicam que o bilionário de 39 anos, que possui cidadania francesa, russa e dos Emirados Árabes Unidos, foi transferido para um tribunal em Paris para enfrentar um juiz, em preparação para uma possível acusação formal.
Promotores franceses dizem que Durov enfrentará “interrogatório inicial e possível acusação” no tribunal. Um correspondente da CNN presenciou o seguinte na tarde do horário local:
As acusações formais estão finalmente prestes a ser apresentadas e anunciadas? A polícia confirmou anteriormente que uma investigação criminal foi aberta no mês passado e que o Telegram tem sido ‘não cooperativo’.
Enquanto isso, o presidente Emmanuel Macron afirmou que isso não tem motivação política e que é apenas uma questão de “estado de direito”.
Uma série de possíveis crimes anunciados por autoridades francesas como parte da investigação está relacionada a conteúdos hospedados em um aplicativo popular que possui mais de 950 milhões de usuários.
Isso inclui alegações de fraude, auxílio a traficantes de drogas e disseminação de pornografia infantil. No entanto, defensores da liberdade de expressão apontaram que isso equivale a responsabilizar legalmente os executivos do Google por toda comunicação criminosa que já tenha ocorrido nas plataformas do Google.
Analistas tradicionais no Ocidente chegaram ao ponto de promover a narrativa de ‘agente russo’, afirmando que, de alguma forma, o fato de Durov ser “nascido na Rússia” o torna um inimigo do Ocidente – embora haja um histórico claro de Durov ter fugido da Rússia anos atrás, em meio a tentativas de repressão a suas plataformas de mídia social e iniciativas anteriores.
Detalhes mais interessantes vieram à tona recentemente sobre suas relações com governos nesta semana. “Seis anos antes de Pavel Durov ser preso em uma cela de detenção francesa, o fundador antissistema do aplicativo de mensagens Telegram estava em uma posição muito diferente na França: almoçando com o presidente Emmanuel Macron“, relatou o Wall Street Journal.
“No almoço em 2018, que não havia sido reportado anteriormente, Macron convidou o russo Durov para transferir o Telegram para Paris, disseram pessoas familiarizadas com as discussões. Durov recusou na época.” E mais: “O líder francês até discutiu a possibilidade de conceder a cidadania francesa a ele, disse uma das pessoas. Um oficial francês afirmou que Durov pediu a cidadania a Macron.”
