‘Nada tão ruim que não possa piorar’.
A demissão de Jean Paul Prates, realizada na noite de terça-feira por decisão do Presidente Lula, é a materialização da mordida de um cachorro que sempre latiu, mas até então não havia avançado.
Nem de longe um nome ‘pró-mercado’, Prates presidiu a empresa por um período de 15 meses, em um mandato que, diga-se de passagem, já se iniciou com uma grande polêmica.
Em tese, Prates nunca poderia ter sido nomeado para o cargo, uma vez que detinha mandato de Senador no início de 2023, ou seja, uma violação direta prevista pela Lei das Estatais.
Sob seu comando, a Petrobras avançou com políticas controversas que certamente não iam de acordo com os interesses dos acionistas privados, como o fim do PPI, reincorporação de ativos vendidos e avanço na política de licitações de refinarias.
Logo, a saída do ‘ruim’ só poderia acarretar na entrada do ‘pior’.
Sinalizando um chute de balde em todas as tentativas de disfarçar os interesses políticos por trás das estatais, Lula expõe que irá insistir em uma receita que já resultou no fracasso.
Magda Chambriard é o nome dele para essa missão até o momento.
Com virtudes desenvolvimentistas, Magda deixa a porta aberta da Petrobras para Lula futuramente incorporar suas políticas populistas, com uma visão estratégica que exclui completamente as oscilações pautadas pela visão do mercado.
O resultado da cartada não poderia ser outro: em três dias, as ações da Petrobras caíram 12%, se traduzindo na destruição de R$55 bilhões em valor de mercado e a saída da mesma do ranking das 10 maiores petroleiras do mundo.