Durante um encontro com o Banco Central, economistas do mercado financeiro indicaram que a autoridade monetária poderá ser obrigada a aumentar a taxa Selic novamente no próximo ano, devido à política fiscal expansionista em uma economia já sobrecarregada. Atualmente, os juros estão em 10,5%. Embora alguns tenham sugerido manter a Selic até o final do ano que vem, a maioria acredita que, com o cenário atual, o BC provavelmente terá que elevar os juros em algum momento.
Os analistas também expressaram preocupações sobre a demanda excessiva na economia brasileira, que tem pressionado a inflação, especialmente por meio dos salários, em um mercado de trabalho restrito. Este cenário, combinado com o impulso fiscal via transferências de renda, pode dificultar o controle da inflação. As projeções para o PIB deste ano variam entre 2,2% e 2,4%, com uma desaceleração esperada para 1,5% a 1,8% no próximo ano, enquanto a inflação é projetada para ficar entre 4,2% e 4,5% em 2024.
Por fim, houve ceticismo generalizado quanto à capacidade do governo de atingir as metas fiscais para 2024, 2025 e 2026, apesar de alguns reconhecimentos dos esforços em gerenciar as expectativas. Os analistas também divergiram sobre o impacto do cenário externo, com alguns prevendo cortes de juros pelo Federal Reserve em setembro, o que beneficiaria os mercados emergentes, enquanto outros expressaram preocupação com possíveis pressões inflacionárias decorrentes das eleições americanas, independentemente de quem vença.