O Ministério Público Federal, em conjunto com o Tribunal de Contas da União, ingressou com uma requisição para “identificar eventuais desvios de finalidade pelo Comitê de Política Monetária do Banco Central na definição da taxa Selic”.
Segundo o subprocurador Lucas Furtado, a apuração se daria por suposta “influência das projeções do Boletim Focus, elaboradas a partir de pesquisas macroeconômicas de instituições como bancos, consultorias e corretoras”.
O suposto conflito de interesses levantado pelo órgão ganhou repercussão a partir de uma matéria realizada por Eduardo Moreira, na qual ele elenca as expectativas inflacionárias coletadas pelo Boletim Focus.
Sem um nível adequado de coesão, o empresário aponta para um outlier que apresentou uma inflação projetada de 8% como um “especulador”.
A “denúncia”, no entanto, é completamente infundada em termos estatísticos, uma vez que o número consolidado projetado pelo boletim é formulado pela mediana de uma amostra com mais de 100 participantes.
Dessa forma, a alegação de que 2 outliers que apresentaram uma visão pessimista sobre a inflação iriam “manipular” o número consolidado é matematicamente incorreta.
