Após a decisão do COPOM de reduzir a taxa SELIC em 0.25%, o mercado amanhece em sua pior conjuntura: dólar sobe, bolsa cai e os juros futuros estressam.
A decisão, ou melhor, a polarização da decisão, teve efeito contrário a ancoragem de expectativas proposta por uma reunião do conselho monetário, e para Pedro Cerize, o culpado tem nome: Roberto Campos Neto.
Cerize, gestor do fundo Skopos, é figura conhecida na Faria Lima por suas fortes opiniões, e no caso do BC não poderia ser diferente.
Desde o corte dos juros no período pandêmico, Cerize sustenta publicamente seu ponto de vista sobre os erros do BC.
Em sua opinião, o COPOM errou ao demorar para subir os juros, e durante a alta errou 2 vezes o guidance previamente proposto. Cerize discorre que, os erros em questão se sustentam no apego do comitê ao modelo de inflação do Banco Central.
Ele cortou juros para 2%. Depois demorou pra subir. Durante a alta errou 2 vezes a guidance que ele mesmo tinha dado. Depois errou de novo guidance na queda.
E conseguiu politizar decisão de juros. Agora quem pedia 50 é petista e irresponsável. Pagar 7% de juro real com inflação… https://t.co/pjpGSCVNgo
— Pedro Cerize (@PedroCerize) May 9, 2024
Tão importante quanto as decisões em si, Cerize também aponta fatores que dialogam com a politização do BC. Para ele, Campos Neto foi ‘o primeiro presidente de um BC independente e conseguiu a proeza de tornar o BC mais politizado do que antes’.
Em 2023, durante podcast do Market Makers, o gestor também apontou uma ‘contaminação’ entre o mercado e o Banco Central, citando exemplos de membros do comitê que circulam entre as duas esferas, evidenciando um potencial conflito de interesses.