A inadimplência no Brasil alcançou o recorde de 7 milhões de empresas em 2023, cerca de um terço das companhias do país, segundo a Serasa Experian. Esse aumento foi impulsionado pela alta da Selic e do dólar, que dificultam ainda mais o cenário para 2025. Apenas em outubro, 100 mil novas empresas ficaram inadimplentes após o aumento da taxa em setembro, encerrando uma estabilidade que durava cinco meses.
De acordo com Luiz Rabi, economista-chefe da Serasa, juros elevados e inflação em alta são fatores que pressionam a inadimplência. Ele alerta que, nos próximos trimestres, não há expectativa de reversão dessa tendência, o que intensifica o impacto no desempenho financeiro das empresas. Essa conjuntura agrava os desafios para a retomada econômica.
A valorização do dólar, que subiu 27,6% no ano, também representa um peso significativo para empresas com dívidas em moeda estrangeira. Um estudo da Elos Ayta mostra que quase 40% das dívidas de 101 empresas de capital aberto, cerca de R$ 353 bilhões, estão em dólar. Com o dólar ultrapassando R$ 6, essa dívida pode ter saltado para R$ 392 bilhões, comprometendo lucros e investimentos.