A Instituição Fiscal Independente (IFI), órgão ligado ao Senado Federal, atualizou suas projeções para a dívida bruta do governo geral (DBGG). As estimativas indicam que a dívida deve alcançar 78,3% do Produto Interno Bruto (PIB) ao final deste ano e 81,4% em 2025. Em junho, as previsões eram levemente mais otimistas, apontando para 78% e 81,3%, respectivamente. A piora reflete a combinação de juros reais mais elevados e expectativas negativas em relação ao déficit primário do setor público, que abrange União, Estados, municípios e estatais.
As projeções da IFI para a dívida a longo prazo também foram revisadas. No cenário base, a dívida bruta pode atingir 116,3% do PIB em 2034, um salto considerável em comparação à previsão anterior de 100,6%, divulgada em junho. Esse aumento expressivo evidencia os desafios fiscais enfrentados pelo governo central para alcançar as metas de resultado primário nos próximos anos. O nível crescente de endividamento traz riscos significativos à sustentabilidade fiscal e exige ajustes urgentes nas contas públicas.
De acordo com a IFI, para estabilizar a dívida considerando o patamar de 73,8% do PIB registrado no final de 2023, seria necessário um superávit primário consolidado de 2,4% do PIB por ano. No entanto, as projeções apontam para a continuidade de déficits significativos, o que deve intensificar o crescimento da dívida nos próximos anos. Esses dados reforçam a necessidade de uma estratégia fiscal sólida para evitar um agravamento ainda maior do quadro fiscal do país.