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Preços de casas na China registram maior queda desde 2015

Setor imobiliário chinês sofre com a maior desvalorização em quase uma década, enquanto governo mantém cautela em relação a novos estímulos econômicos para impulsionar a recuperação.

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Em julho, os preços das novas residências na China sofreram a maior queda desde 2015 em comparação ao mesmo período do ano anterior, enquanto o índice de ações das construtoras segue em baixa. O Shimao Group Holdings Ltd., uma das maiores empresas desse setor, viu suas ações caírem mais de 50% nos últimos três meses, refletindo a crise no mercado imobiliário.

O governador do Banco Popular da China, Pan Gongsheng, sinalizou que as autoridades econômicas não estão com pressa para implementar estímulos significativos. Isso indica que o setor de imóveis continuará a enfrentar dificuldades para se recuperar. No mês de julho, os valores de venda de imóveis residenciais ficaram 45% abaixo da média dos últimos quatro anos, agravando-se em relação a junho, quando a queda foi de 37%. O JPMorgan revisou suas projeções para 2024, prevendo agora uma queda de 17% nas vendas residenciais em relação ao ano anterior, com declínios de 2% a 3% esperados até o final do ano.

Embora os dados sejam alarmantes, Pequim ainda não deu sinais de que adotará medidas agressivas para reverter o cenário. Desde 2022, as autoridades vêm introduzindo estímulos econômicos de maneira gradual, sem grandes intervenções que possam gerar mudanças rápidas. Essa abordagem cautelosa, combinada com a desaceleração do setor imobiliário, tem sido um dos fatores que contribuem para a fraca recuperação dos investimentos em ativos fixos nos primeiros sete meses de 2023.

Pan também reafirmou o compromisso do banco central com um programa de relending de 300 bilhões de yuans (US$ 41 bilhões) destinado a financiar a compra de imóveis encalhados por governos locais. No entanto, essa iniciativa parece limitada diante da dimensão dos problemas no setor habitacional chinês. O FMI estima que a China precisaria de até US$ 1 trilhão para finalizar e entregar imóveis pré-vendidos que ainda estão inacabados, uma proposta que foi prontamente descartada pelas autoridades. O Barclays calcula que, até o final de junho, apenas 4% dessa linha de crédito havia sido utilizada.

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