Na última semana, Donald Trump declarou que os presidentes dos Estados Unidos deveriam ter influência nas decisões tomadas pelo Federal Reserve, dando a indicação mais clara até agora de seu interesse em interferir na independência do banco central caso ele retorne à Casa Branca.
“Acho que o presidente deveria ter ao menos uma palavra nisso,” afirmou o ex-presidente a repórteres em sua residência em Mar-a-Lago, na Flórida. Ele argumentou que, por ter sido bem-sucedido financeiramente, acredita ter um instinto melhor do que muitos que compõem o Federal Reserve, incluindo seu presidente.
O atrito de Trump com a independência do Federal Reserve não é recente. Durante seu último mandato, o ex-presidente foi um crítico assíduo das políticas de Jerome Powell, mesmo após tê-lo indicado para o cargo em 2018.
Segundo o Wall Street Journal, aliados de Trump já estão trabalhando em esboços que exploram possíveis mudanças na dinâmica das decisões monetárias dos EUA, um contexto que, ironicamente, não se distancia dos conflitos observados no Brasil, com a crescente tensão entre Roberto Campos Neto e a base petista, liderada por Gleisi Hoffmann.
