Em coluna escrita para a Veja, o economista brasileiro e ex-diretor de Assuntos Internacionais do Banco Central, Alexandre Schwartsman, expôs suas preocupações com a condução fiscal do atual governo.
Apontando para uma meta fiscal de déficit zero que nunca sequer existiu, Schwartsman afirmou que a revisão bimestral do resultado orçamentário da União é acompanhada de uma ‘mágica contábil’, que se utiliza da ausência das verbas destinadas ao RS na soma total para comprovar o comprometimento do governo em atingir o limite inferior da meta (e não o déficit zero como prometido anteriormente).
Segundo ele, “por mais justificada que seja a ajuda ao Rio Grande do Sul, não há como escapar de uma conclusão simples: independentemente da contabilidade criativa, o excesso de despesas em relação às receitas se acrescentará à dívida pública, sobre a qual incidirão juros, alimentando o processo de uma bola de neve”.
O ex-diretor do BC também reforçou que o precedente criado neste ano deve ser repetido em maior magnitude mais perto da eleição presidencial.
Confira os keypoints do texto de Schwartsman:
++ SCHWARTSMAN: NÃO CRIAMOS METAS FISCAIS PARA FINGIR QUE OBEDECEMOS A ELA
++ SCHWARTSMAN: O DESCASO COM AS CONTAS PÚBLICAS DEVE PROSSEGUIR MAIS PERTO DA ELEIÇÃO PRESIDENCIAL
++ SCHWARTSMAN: NÃO HÁ MUITO A CELEBRAR NO CUMPRIMENTO DO LIMITE INFERIOR DA META
++ SCHWARTSMAN: É PREOCUPANTE A DECISÃO DE MIRAR O LIMITE INFERIOR
++ SCHWARTSMAN: A FALTA DE APETITE PAR ALIDAR COM O AUMENTO DOS GASTOS É ÓBVIA
++ SCHWARTSMAN: DECISÃO ELEVA O RISCO DE QUE NOVAS FRUSTAÇÕES DE RECEITA E REVISÕES ACARRETEM O ESTOURO DA META
++ SCHWARTSMAN: NÃO HÁ META QUE RESISTA A UMA ELEIÇÃO