Texto de Raphaël Lima (@Ideias_Radicais)
Salários na Argentina cresceram em termos reais pelo terceiro mês seguido, acumulando uma alta de 14% desde março. Desde que Milei tomou posse, os salários tiveram uma alta real de 5,6%. É o que indica a RIPTE, Remuneracion Imponible Promedio de los Trabajadores Estables, dado publicado mensalmente pelo governo Argentino.
Os dados para maio mostram um aumento de 7,1% nos salários, enquanto a inflação oficial do mês foi de 4,2%.
É importante notar que a RIPTE mede apenas empregos estáveis, na definição argentina, quem está no mesmo emprego a 13 meses. Portanto, não é uma medição exata de todos os salários dos argentinos, que podem oscilar com outros fatores. Mas quando comparado aos dados salariais gerais, está na mesma direção e é um proxy confiável para entendermos o que está acontecendo na economia.
Isso é ainda mais importante no contexto argentino atual, onde o PIB está em queda devido a grandes cortes no orçamento federal, demissões de funcionários públicos e fechamento de áreas inteiras do governo.
Embora esses cortes causem uma queda no PIB ao reduzir o tamanho do estado, liberam recursos para o setor privado. O problema é que essa transição não é instantânea. Alguns meses são necessários para que o ciclo de corte de gastos, corte de impostos, aumento de produtividade e aumento de salários faça seu trabalho.
Justo por isso vemos, como foi retweetado pelo próprio Milei, que alguns meses foram necessários para que os ajustes se transformassem em aumentos de salários.
O fundo do poço foi alcançado em fevereiro de 2024, e então as medidas de controle de inflação começaram a fazer efeito.
Será interessante acompanhar a evolução desses dados de salários ao longo dos próximos meses, já que com a aprovação da Ley de Bases, Milei entra numa segunda fase de governo, com cortes de gastos ainda mais profundos e redução de impostos.
Uma das reduções já foi anunciada. O Ministro da Fazenda de Milei, Luis Caputo, informou que o imposto PAIS, que incide sobre compras em dólar, será reduzido de 17,5% para 7% em setembro.