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Arcabouço acabou antes de começar, afirma ex-diretor do BC

Ex-diretor de Assuntos Internacionais do BC, Alexandre Schwartsman afirma que não enxerga queda da SELIC sem esforço fiscal do governo.

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O ex-diretor do Banco Central e ex-economista-chefe de grandes bancos como ABN Amro e Santander, Alexandre Schwartsman, concedeu uma entrevista ao CNN Entrevistas, onde compartilhou suas opiniões sobre a política monetária atual e a autonomia do Banco Central (BC).

Controle do Banco Central pelo Governo

Schwartsman destaca que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva almeja exercer controle sobre o BC, apesar da independência formal da instituição. Ele observa uma tentativa contínua de influenciar a direção da política monetária, um comportamento que, segundo ele, é comum entre muitos políticos. “Com o passar dos anos, vemos uma tentativa constante de direcionar a política monetária”, disse.

Taxa Selic e Problemas Fiscais

Sobre a taxa Selic, atualmente em 10,5% ao ano, Schwartsman a considera “muito alta” e acredita que os juros só começarão a cair quando o governo conseguir resolver problemas fiscais profundos. “Sem cuidar das contas públicas, acho difícil”, respondeu ao ser questionado sobre a volta da taxa Selic a um dígito. Ele também criticou a insustentabilidade do arcabouço fiscal, afirmando que o mecanismo ‘acabou antes de começar’.

Sucessão na Presidência do Banco Central

Em relação ao processo de sucessão na presidência do BC, cujo mandato de Roberto Campos Neto termina em 31 de dezembro de 2024, Schwartsman sugere que o atual governo deve nomear o novo presidente o quanto antes. “Acho melhor que se nomeie antes do que depois. Mas não sei se o governo terá coragem. Se colocarem alguém leniente com a inflação, as expectativas vão aumentar e haverá seis meses de protestos”, comentou, indicando que a nomeação pode ser feita apenas no final do prazo para evitar tumultos.

Elogios e Críticas ao Trabalho de Campos Neto

Na entrevista, Schwartsman elogiou o trabalho de Campos Neto, mas reiterou a necessidade de controlar o crescimento dos gastos reais do governo para estabilizar a economia. “Parece que isso depende da capacidade de limitar o crescimento dos gastos reais do governo”, disse, ressaltando a dificuldade de gerir o BC em tempos de autonomia. “A instituição é independente. E, exatamente por isso, o lado que nomeia tem dificuldade em aceitar isso”.

Ele concluiu que o mundo político ainda não entendeu como lidar com a autonomia do BC, especialmente durante períodos em que a instituição precisa atuar de forma independente para controlar a inflação e manter a estabilidade econômica.

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