Após exercer sigilo sobre o resultado na última semana, os Correios divulgaram o relatório de resultados da empresa referente ao período do primeiro trimestre de 2024.
Com um aumento de 145% no prejuízo, em relação ao mesmo período do ano passado, o montante de R$800 milhões negativados em apenas um trimestre levanta preocupações sobre o modelo de gestão atual.
O resultado foi puxado, essencialmente, por despesas gerais e administrativas, que por si só, geraram um prejuízo de R$1 bilhão.
A discussão sobre a eficiência da estatal se torna ainda mais profunda quando o elemento tributário é considerado. Por decisão do Supremo Tribunal Federal, os correios não pagam impostos, prática prevista na constituição pela chamada ‘imunidade tributária recíproca’, que proíbe a União, estados e municípios cobrarem tributos uns dos outros.
Dessa forma, a estatal não paga impostos como ISS, IPVA, IPTU e Imposto de renda, arcando apenas com algumas contribuições, como recursos destinados à aposentadoria.
Segundo o Ministério da Economia, a empresa economiza em média R$1,6 bilhão anualmente com esse benefício, fato que acaba mascarando o desempenho da estatal, que é constantemente comparada com empresas de matriz privada.
A partir dessa estimativa, podemos aproximar o desempenho real dos Correios:
Em síntese, nos últimos 13 anos os Correios apresentaram apenas um ano com lucro real, de R$300M em 2021.
Sob o cenário atual da gestão petista, os balanços apontam um prejuízo acumulado -R$1,3 bilhões, número que se transforma em -R$3,4 bilhões quando consideramos a contribuição não realizada para a União.