Nesta semana, a divulgação dos dados de inflação da Argentina reforçou o sentimento de otimismo em relação ao plano de governo de Javier Milei.
Em sua quarta queda consecutiva, o índice mensal de preços retornou para a casa de um dígito, apresentando uma variação de 8,8%, número abaixo da expectativa do mercado.
A queda inflacionária é um dos trilhos do grande trem de reformas estruturais planejado por Milei, com a completa dolarização da economia e, por conseguinte, o fechamento do Banco Central como seus destinos finais.
Em podcast no Market Makers, José Carlos Carvalho, sócio da Vinci Partners, declarou que o fechamento “vai ter que acontecer caso ele dolarize de fato“.
José discorre explicando que o empecilho para a mudança não ocorrer hoje se refere à quantidade de reservas que o país atualmente detém. Milei iniciou seu governo diante de um BC com reservas negativas (devendo dólares); com as mudanças, as reservas agora se encontram em $0.
Segundo ele, é necessário um mínimo de $10 bilhões em reservas para a dolarização da economia (número equivalente à base monetária argentina). Porém, Milei deve optar por trabalhar com um patamar maior de margem no processo, logo, um número entre $40-$50 bilhões deve configurar o cenário ideal.
Com a dolarização, o Banco Central argentino perderia seu posto de autoridade monetária, com a Argentina optando por se vincular às políticas do Federal Reserve.
Em novembro, antes de sua posse, Milei afirmou que o fechamento do Banco Central é completamente “inegociável”. Para o presidente, essa é a única forma de acabar com a inflação derivada das políticas populistas da Argentina, fator enraizado no DNA das últimas décadas do país.