Nesta quinta-feira foi divulgado o boletim macro fiscal de maio, elaborado pela Secretaria de Políticas Econômicas do Ministério da Fazenda.
Entre revisões das projeções do PIB e IPCA, que se tornaram foco das notícias, o material traz consigo um modelo de câmbio utilizado pela Fazenda.
O modelo utiliza uma estimativa do real ‘sintético’, considerando o comportamento de moedas de países como México, Chile, Colômbia, Peru e África do Sul.
Os países emergentes em questão apresentam maior similaridade com o Brasil, fornecendo um paralelo de comparação que possibilita a diferenciação entre movimentações provenientes da conjuntura internacional, e da conjuntura doméstica.
A ferramenta apontou uma diferença entre a taxa de câmbio sintética e efetiva de R$/US$0,12 entre o início de 2023 até o dia 8 de maio de 2024, período no qual o real se apreciou ante ao dólar.
O relatório atribui esse comportamento a fatores intrínsecos do Brasil, como a aprovação do novo regime fiscal, crescimento acima do esperado e a redução da inflação.
No entanto, em 15 de maio, um dia antes do dólar registrar a máxima de R$5.29, a diferença se inverte, comportamento que segundo a SPE ‘permitiu inferir sobre a parcela do movimento cambial que se deveu especificamente a fatores domésticos’.
Na semana em questão o governo havia anunciado a controversa mudança das metas fiscais, medida que afetou diretamente a percepção de responsabilidade fiscal do governo.
A alegação presente é antagônica à narrativa utilizada anteriormente por Fernando Haddad, que naquele momento, direcionou a culpa aos acontecimentos econômicos dos Estados Unidos.
O modelo foi recebido com atenção pela Faria Lima, segundo Rodrigo Natali, CIO da Skopos ‘apesar de apresentar um recorte de países restrito, ficamos curiosos para entender ao certo a metodologia utilizada pelo modelo’.